Alguma coisa sobre literatura e arte.

Provavelmente mais um apógrifo do Mario Quintana. Porém muito belo.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007 em 12:18:00 AM

Não quero

Não quero alguém que morra de amor por mim...
Só preciso de alguém que viva por mim,
que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,
quero apenas que me ame,
não se importando com que intensidade.

Não tenho a pretensão de que todas
as pessoas que gosto, gostem de mim...
Nem que eu faça a falta que elas me fazem.
O importante pra mim, é saber

que eu,
em algum momento, fui insubstituível...
E que esse momento será inesquecível...
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso
estampado em meu rosto,
mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz
para os que estiverem ao meu redor.

Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...
E poder ter a

absoluta certeza de que esse alguém
também pensa em mim quando fecha os olhos,
que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar
de minhas renúncias e loucuras,
alguém me valoriza pelo que sou,
não pelo que tenho...

Que me veja como um ser humano completo,
que abusa demais dos bons sentimentos
que a vida lhe proporciona,
que de valor ao que realmente importa,
ao meu sentimento... e não brinque com ele.

E que esse alguém me peça para que eu nunca mude,
para que eu nunca cresça,
para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo,
mas se um dia isso acontecer,
quero ter foras suficientes para
mostrar a ele que o amor existe...
Que ele é superior ao ódio e ao rancor,
e que não existe vitória sem humildade e paz.

Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar,
amanhã será outro dia, e se eu não desistir
dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito
e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança
ser abalada por palavras pessimistas...
Que a esperança nunca me pareça um "não"
que a gente teima em maquiá-lo de verde
e entendê-lo como "sim".

Quero poder ter a liberdade de
dizer o que sinto a uma pessoa,
de poder dizer a alguém o quanto ele é
especial e importante pra mim,
sem ter de me preocupar com terceiros ...
Sem correr o risco de ferir uma
ou mais pessoas com esse sentimento

Quero, um dia, poder dizer
as pessoas que nada foi em vão...
Que o amor existe, que vale a pena
se doar as amizades e as pessoas,
que a vida é bela sim,
e que eu sempre dei o melhor de mim
... e que valeu a pena!!!


Mario Quintana :-\ até que se prove o contrário.

Sonho

quinta-feira, 9 de agosto de 2007 em 12:06:00 AM

[magritte2.jpg]

Não sei de quem é. Quem souber avisa!
ah, esqueci.. isso nao é possivel. nao aqui nesse blog.

Amei-te e por te amar...

segunda-feira, 6 de agosto de 2007 em 12:30:00 AM



Amei-te e por te amar
Só a ti eu não via...
Eras o céu e o mar,
Eras a noite e o dia...
Só quando te perdi
É que eu te conheci...

Quando te tinha diante
Do meu olhar submerso
Não eras minha amante...
Eras o Universo...
Agora que te não tenho,
És só do teu tamanho.

Estavas-me longe na alma,
Por isso eu não te via...
Presença em mim tão calma,
Que eu a não sentia.
Só quando meu ser te perdeu
Vi que não eras eu.

Não sei o que eras. Creio
Que o meu modo de olhar,
Meu sentir meu anseio
Meu jeito de pensar...
Eras minha alma, fora
Do Lugar e da Hora..

Hoje eu busco-te e choro
Por te poder achar
Não sequer te memoro
Como te tive a amar...
Nem foste um sonho meu...
Porque te choro eu?

Não sei... Perdi-te, e és hoje
Real no [...] real...
Como a hora que foge,
Foges e tudo é igual
A si-próprio e é tão triste
O que vejo que existe.

Em que és [...] fictício,
Em que tempo parado
Foste o (...) cilício
Que quando em fé fechado
Não sentia e hoje sinto
Que acordo e não me minto...

[...] tuas mãos, contudo,
Sinto nas minhas mãos,
Nosso olhar fixo e mudo
Quantos momentos vãos
Pra além de nós viveu
Nem nosso, teu ou meu...

Quantas vezes sentimos
Alma nosso contacto
Quantas vezes seguimos
Pelo caminho abstrato
Que vai entre alma e alma...
Horas de inquieta calma!

E hoje pergunto em mim
Quem foi que amei, beijei
Com quem perdi o fim
Aos sonhos que sonhei...
Procuro-te e nem vejo
O meu próprio desejo...

Que foi real em nós?
Que houve em nós de sonho?
De que Nós fomos de que voz
O duplo eco risonho
Que unidade tivemos?
O que foi que perdemos?

Nós não sonhamos. Eras
Real e eu era real.
Tuas mãos - tão sinceras...
Meu gesto - tão leal...
Tu e eu lado a lado...
Isto... e isto acabado...

Como houve em nós amor
E deixou de o haver?
Sei que hoje é vaga dor
O que era então prazer...
Mas não sei que passou
Por nós e acordou...

Amamo-nos deveras?
Amamo-nos ainda?
Se penso vejo que eras
A mesma que és... E finda
Tudo o que foi o amor;
Assim quase sem dor.

Sem dor... Um pasmo vago
De ter havido amar...
Quase que me embriago
De mal poder pensar...
O que mudou e onde?
O que é que em nós se esconde?

Talvez sintas como eu
E não saibas senti-o...
Ser é ser nosso véu
Amar é encobri-o,
Hoje que te deixei
É que sei que te amei...

Somos a nossa bruma...
É pra dentro que vemos...
Caem-nos uma a uma
As compreensões que temos
E ficamos no frio
Do Universo vazio...

Que importa? Se o que foi
Entre nós foi amor,
Se por te amar me dói
Já não te amar, e a dor
Tem um íntimo sentido,
Nada será perdido...

E além de nós, no Agora
Que não nos tem por véus
Viveremos a Hora
Virados para Deus
E n'um (...) mudo
Compreenderemos tudo.