Alguma coisa sobre literatura e arte.

Sem titulo, então: "É assim que te quero, amor..."

terça-feira, 3 de julho de 2007 em 12:51:00 AM

É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.

Pablo Neruda - Sem titulo

Tinha que me identificar com essa musica tão legal?

segunda-feira, 18 de junho de 2007 em 3:07:00 AM



Quicksand
Travis
12 memories




Take me away, take me away
You said that you were gonna stay
But you're always lying anyway
You're gonna suffer if you don't start breathing now
Now that I need you
You're going away

Everyday sinking into quicksand
Follow me down the drain

But it doesn't matter anyway
You're gonna get yours any day
And while you put the blame on me
If you could only see yourself as others see
Now that I need you
You're going insane

Everyday sinking into quicksand
Follow me down the drain
Everyday drinking in the same bar
Drowning my sorrows away

Take me away, take me today
Or I'm never gonna get away
But it makes no difference to me
It's just the sound of one more rock star bleeding out
Now that I need you
You're out of the frame

Day by day, sinking into quicksand
Follow me down the drain
Everyday drinking in the same bar
Made mine the same again




TRADUÇÃO
Areia movediça



Leve me embora, leve me embora
Você disse que ia ficar
Mas você estava sempre mentindo mesmo
Você vai sofrer se você não começar a respirar agora
E agora que eu preciso de você
Você está indo embora

Todo dia afundando no areia movediça
Siga me dreno abaixo

Mas não importa mesmo
Você vai ter o seu algum dia
E enquanto você poe a culpa em mim
Se você pudesse se ver como os outros vêem
Agora que eu preciso de você
Você enlouquece

Todo dia afundando no areia movediça
Siga me dreno abaixo
Todo dia bebendo no mesmo bar
Afundando minhas magoas

Leve me embora, leve me hoje
Ou eu nunca vou escapar
Mas não faz diferença pra mim
É só o som de um sangramento de mais uma estrela do rock
Agora que eu preciso de você
Você está sem estrutura

Dia após dia afundando no areia movediça
Siga me dreno abaixo
Todo dia bebendo no mesmo bar
Feito meu o mesmo denovo

Porquinho da india // ou minha primeira namorada // Manuel Bandeira

segunda-feira, 21 de maio de 2007 em 11:06:00 AM




do meu livro do poeta..

Fotografia: Pés calejados

sexta-feira, 11 de maio de 2007 em 11:01:00 AM



dá pra ampliar...

Poema em Linha Reta - Fernando Pessoa

sexta-feira, 4 de maio de 2007 em 12:06:00 PM

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Poeminha: Prefiro nao acreditar

quarta-feira, 11 de abril de 2007 em 2:09:00 AM

De uma comunidade "prefiro nao acreditar". Acho que é de autoria do dono da comunidade - nao me importei muito com isso - que a fez pelo poema. Colori de cinza o que achei meio dissonante. Assim acho que mexo um pouco na estrutura de uma coisa que não é minha... mas da pra entender que isso é entao a minha versão de como eu queria que fosse este poemnha.

Prefiro não acreditar que tudo isso está acontecendo comigo;
Prefiro acreditar que vc foi embora, mais que vc vai voltar;
Prefiro acreditar que estou sonhando, mais que a qualquer momento posso acordar e te ter bem aqui do meu lado;
Prefiro acreditar que meu sofrimento é soh um alicerse para que eu xegue as nuvens;
Prefiro acreditar que meu sorriso faz alguém feliz;
Prefiro acreditar que a felicidade anda ao meu lado, eu que ainda não a descobri;
Prefiro acreditar que meus sonhos um dia irão virar realidade;
Prefiro acreditar que vc ainda sonha comigo;
Prefiro acreditar que vencerei;
Prefiro acreditar que o mundo um dia se tornará melhor;
Prefiro acreditar que as pessoas um dia vão compreender mais as outras;
Prefiro acreditar que seus olhos são minha luz;
Prefiro acreditar que meu sofrimento não foi em vão...
..Que um dia eu ainda vou poder olhar nos teus olhos e dizer: TE AMO...VALEU A PENA ESPERAR POR VC..POR NÓS DOIS!


Tudo bem.. é meio tosco. Mas eu me identifiquei com algo. Perdoem.

Cronica singela do Bruno Medina dos Los Hermanos.

terça-feira, 3 de abril de 2007 em 1:00:00 AM

Durante muito tempo no meu no orkut. Do bruno medina. No blogger dele.

- Persianas Solarium, bom dia.
- Bom dia, eu sou um cliente de vocês e gostaria de fazer uma reclamação.
- pois não senhor, do que se trata?
- Acabou de sair da minha casa o rapaz, funcionário de vocês, que veio instalar uma persiana. Acho que ele não estava de bom humor.
- Ele não estava de bom humor?
- Sim, não estava.
- Mas ele foi grosseiro ou não cumpriu alguma solicitação feita pelo senhor?
- Não, não, não se trata disso, ele não estava de bom humor mesmo.
- Mas ele instalou as persianas da forma que o senhor desejava?
- Sim, ficaram boas, do jeito que foi combinado.
- E ele não fez nenhuma grosseria pro senhor?
- Não.
- E porque o senhor acha que ele não estava de bom humor?
- Ele esteve em minha casa durante uma hora e vinte e em momento nenhum deu um sorriso.
- Sei...mas ele foi prestativo?
- Foi, mas sem sorriso. Inclusive quando eu ofereci-lhe um copo d'água ele apenas bebeu e no final disse muito obrigado.
- Disse muito obrigado?
- Disse.
- Bom, senhor, talvez ele esteja tendo um dia difícil, ou então pode ser que ele seja assim mesmo.
- Assim como?
- Não sei, sério, ou vai ver ele é até uma pessoa simpática, mas talvez não tenha se sentido à vontade para sê-lo em sua casa.
- Mas como não? Eu sou muito generoso com as pessoas que me prestam serviço.
- Olha, senhor, eu posso estar sendo leviano, mas talvez nosso instalador pode ter se sentido coagido, pode ter se sentido cobrado. Será que o senhor de alguma forma não demostrou que o estava achando antipático?
- Mas foi ele quem não sorriu primeiro!
- Mas as persianas ficaram boas?
- Sim, ficaram ótimas, apesar do mau humor dele.
- Bom, senhor, se o problema tivesse sido na instalação das persianas ou se o funcionário tivesse o desacatado eu poderia fazer alguma coisa, mas em relação ao humor dele, acho que infelizmente não posso fazer nada.
- Sei. Mas vão deixar ele continuar indo nas casas das pessoas instalar persianas de mau humor?
- Senhor, me desculpe, mas acho que o funcionário não fez nada de errado. Pelo que me consta, e, perdoe a sinceridade, ele não é obrigado a sorrir para o senhor, contanto que instale as persianas corretamente. Acho, inclusive, que ele tem o direito de sorrir para quem ele quiser!
- você também não está de bom humor pelo visto, né?
- Passar bem, senhor.