Alguma coisa sobre literatura e arte.

Porquinho da india // ou minha primeira namorada // Manuel Bandeira

segunda-feira, 21 de maio de 2007 em 11:06:00 AM




do meu livro do poeta..

Fotografia: Pés calejados

sexta-feira, 11 de maio de 2007 em 11:01:00 AM



dá pra ampliar...

Poema em Linha Reta - Fernando Pessoa

sexta-feira, 4 de maio de 2007 em 12:06:00 PM

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Poeminha: Prefiro nao acreditar

quarta-feira, 11 de abril de 2007 em 2:09:00 AM

De uma comunidade "prefiro nao acreditar". Acho que é de autoria do dono da comunidade - nao me importei muito com isso - que a fez pelo poema. Colori de cinza o que achei meio dissonante. Assim acho que mexo um pouco na estrutura de uma coisa que não é minha... mas da pra entender que isso é entao a minha versão de como eu queria que fosse este poemnha.

Prefiro não acreditar que tudo isso está acontecendo comigo;
Prefiro acreditar que vc foi embora, mais que vc vai voltar;
Prefiro acreditar que estou sonhando, mais que a qualquer momento posso acordar e te ter bem aqui do meu lado;
Prefiro acreditar que meu sofrimento é soh um alicerse para que eu xegue as nuvens;
Prefiro acreditar que meu sorriso faz alguém feliz;
Prefiro acreditar que a felicidade anda ao meu lado, eu que ainda não a descobri;
Prefiro acreditar que meus sonhos um dia irão virar realidade;
Prefiro acreditar que vc ainda sonha comigo;
Prefiro acreditar que vencerei;
Prefiro acreditar que o mundo um dia se tornará melhor;
Prefiro acreditar que as pessoas um dia vão compreender mais as outras;
Prefiro acreditar que seus olhos são minha luz;
Prefiro acreditar que meu sofrimento não foi em vão...
..Que um dia eu ainda vou poder olhar nos teus olhos e dizer: TE AMO...VALEU A PENA ESPERAR POR VC..POR NÓS DOIS!


Tudo bem.. é meio tosco. Mas eu me identifiquei com algo. Perdoem.

Cronica singela do Bruno Medina dos Los Hermanos.

terça-feira, 3 de abril de 2007 em 1:00:00 AM

Durante muito tempo no meu no orkut. Do bruno medina. No blogger dele.

- Persianas Solarium, bom dia.
- Bom dia, eu sou um cliente de vocês e gostaria de fazer uma reclamação.
- pois não senhor, do que se trata?
- Acabou de sair da minha casa o rapaz, funcionário de vocês, que veio instalar uma persiana. Acho que ele não estava de bom humor.
- Ele não estava de bom humor?
- Sim, não estava.
- Mas ele foi grosseiro ou não cumpriu alguma solicitação feita pelo senhor?
- Não, não, não se trata disso, ele não estava de bom humor mesmo.
- Mas ele instalou as persianas da forma que o senhor desejava?
- Sim, ficaram boas, do jeito que foi combinado.
- E ele não fez nenhuma grosseria pro senhor?
- Não.
- E porque o senhor acha que ele não estava de bom humor?
- Ele esteve em minha casa durante uma hora e vinte e em momento nenhum deu um sorriso.
- Sei...mas ele foi prestativo?
- Foi, mas sem sorriso. Inclusive quando eu ofereci-lhe um copo d'água ele apenas bebeu e no final disse muito obrigado.
- Disse muito obrigado?
- Disse.
- Bom, senhor, talvez ele esteja tendo um dia difícil, ou então pode ser que ele seja assim mesmo.
- Assim como?
- Não sei, sério, ou vai ver ele é até uma pessoa simpática, mas talvez não tenha se sentido à vontade para sê-lo em sua casa.
- Mas como não? Eu sou muito generoso com as pessoas que me prestam serviço.
- Olha, senhor, eu posso estar sendo leviano, mas talvez nosso instalador pode ter se sentido coagido, pode ter se sentido cobrado. Será que o senhor de alguma forma não demostrou que o estava achando antipático?
- Mas foi ele quem não sorriu primeiro!
- Mas as persianas ficaram boas?
- Sim, ficaram ótimas, apesar do mau humor dele.
- Bom, senhor, se o problema tivesse sido na instalação das persianas ou se o funcionário tivesse o desacatado eu poderia fazer alguma coisa, mas em relação ao humor dele, acho que infelizmente não posso fazer nada.
- Sei. Mas vão deixar ele continuar indo nas casas das pessoas instalar persianas de mau humor?
- Senhor, me desculpe, mas acho que o funcionário não fez nada de errado. Pelo que me consta, e, perdoe a sinceridade, ele não é obrigado a sorrir para o senhor, contanto que instale as persianas corretamente. Acho, inclusive, que ele tem o direito de sorrir para quem ele quiser!
- você também não está de bom humor pelo visto, né?
- Passar bem, senhor.

Coluna do bruno medina pro site Scream & Yell - Sobre ser "Roqueiro!"

segunda-feira, 26 de março de 2007 em 8:44:00 AM

INSTANTE ANTERIOR
A Força de um Hábito
por Bruno Medina

Há algum tempo eu queria escrever sobre um determinado tema, hesitei. Por que sempre que falo sobre esse assunto tenho a impressão de estar pisando em ovos. Talvez antes de começar eu devesse discorrer um pouco sobre que aspectos criam um mito, qual é a força de um hábito cultural? Pois bem, nossa sociedade é permeada de ritos e símbolos de enquadramento social; a primeira transa, a entrada para faculdade, o nascimento de um filho, todos acontecimentos inesquecíveis na vida de qualquer um, todos ritos carregados de fortes significados sociais. Uma das primeiras experiências a qual o ser humano é submetido logo na infância acontece na escola.

É lá que percebemos que não somos o centro do universo -como nossos pais nos faziam pensar- e aprendemos a importância de se relacionar com outros indivíduos, de fazer amigos e de ser aceito. Com o passar do tempo o que era comum a todos passa a se aprimorar, se segmentar, e surgem os gostos. Vem a adolescência e com ela a turma dos bagunceiros, a turma dos cdfs, e é mais ou menos nessa época que você deve ter ouvido falar pela primeira vez no tema desse texto: o bom e velho rock ‘n roll.

Essa frase de tão repetida e pomposa ficou solene, virou uma instituição. Estou exagerando? Então reflita sobre sua adolescência e tente se lembrar de qual imagem te sugere uma camiseta preta surrada com um escrito incompreensível e uma imagem sombria? Quando se tem 13 ou 14 anos usar uma dessas camisetas significa status para muita gente.

Nessa época em que começa a se formar uma personalidade e todos procuram desesperadamente por uma forma de mostrar ao mundo que existem, não custa nada pedir uma ajuda para o Black Sabbath, o Iron Maiden ou os Ramones, como tantos outros já fizeram. Os benefícios são muitos: de cara você já vai estar inserido num grupo, o dos roqueiros. Vai estar mostrando para todos que não é mais criança e já está apto a beijar na boca, beber, fumar e fazer macaquices em geral para chamar atenção das meninas e atenuar os efeitos de uma voz de criança na sua agora expoente virilidade. Pode chamar de "bicha" quem gosta de outro som que não rock, e será apoiado. Enquanto cresce seu cabelo, enquanto não cresce sua barba, você estará protegido.

Claro que esse personagem que eu criei está bastante estereotipado mas todos nós sabemos que ainda hoje ele existe, e você mesmo se não foi assim provavelmente conheceu alguém que foi. Caso não concorde comigo pelo menos nunca duvide da força que tem o bom e velho rock ‘n roll. Um caso particular me fez testemunha de que esse fenômeno ainda possui muitos adeptos e inacreditável poder de mobilização: em meados de 2000 meu colega Marcelo Camelo ousou dizer que não gostava de Ramones no "Gordo Pop Show", programa exibido na época pela MTV com apresentação de João Gordo.

Além de sermos expulsos do programa pelo cínico apresentador ainda tivemos que ouvir muito em nossos shows por todo Brasil o coro de "Ramones, Ramones" ou "Hey-ho, let’s go!" e acredite que eu não me espantaria em constatar que isso acontece até hoje, dois anos depois do que foi dito num programa a tarde num canal UHF!

A estória é muito engraçada mas denota que a maioria dos roqueiros não sabe o que o rock significa, não percebem que o rock era um movimento de contracultura e de contestação. O rock se perdeu quando virou bom e velho e deixou de ser a voz da revolução para se tornar uma entidade careta e preconceituosa.

Me deixa triste perceber que muitos que se dizem roqueiros esqueceram da principal característica do movimento que é a ruptura do que está estabelecido. Para mim o rock se mescla com outros estilos, se veste de branco, acorda cedo e usa óculos para ler jornal. É velho mas está à par das novidades e se esforça para buscar novos caminhos para expressar o mesmo sentimento que havia há 30 anos atrás. Apesar de não me identificar nem de me sentir influenciado pelos grandes nomes do rock sou capaz de respeitá-los, não respeito gente burra e preconceituosa.

Sou a favor de experiências sonoras que acrescentem atributos e qualidade ao estilo, sou contra prateleiras sectárias de lojas de cd. Enquanto os roqueiros brasileiros discutem o que sua banda predileta pode ou não dizer e fazer não percebem o espaço ínfimo que o rock ocupa no cenário nacional. Poderiam haver mais rádios, mais shows, mais festivais se não houvesse tanto medo de se expor e consequentemente ser popular.

E quando eu digo isso não estou sugerindo que as bandas de rock saiam por aí fazendo playback e mergulhando na banheira do Gugu, apenas defendo que se pare de enxergar o rock como um movimento fechado, hierárquico e burocrático. Ser roqueiro é muito mais do que se vestir de preto, usar bota, fazer tatuagens, deixar o cabelo crescer e falar palavrões, ser roqueiro é não ter medo de ousar e não repetir a cartilha que já caducou. Reflita se seu ídolo criou alguma coisa relevante ou se ele se conformou em repetir seus antecessores e ser só mais um no "partido da situação". Caso você não encontre uma resposta, insista, é difícil mesmo.


Bruno Medina, 23 anos, comprou coturnos e se vestiu de preto quando tinha 15 anos. Demorou 3 semanas para perceber que era mais legal ser ele mesmo, tinha poucos amigos na escola e sempre achou ridícula aquela voz de ogro característica dos vocalistas de banda Heavy Metal.

eu aprendi.. (poeminha bonito qualquer que achei no orkut, Gosto da parte que fala que o melhor amigo pode machucar tambem...

terça-feira, 13 de março de 2007 em 6:02:00 AM

Eu aprendi:

Que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando,
que eu tenho que me acostumar com isso;
Que não é bastante ser perdoado pelo outros,
eu preciso me perdoar primeiro;
Que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo,
o mundo não vai parar por causa disso.

Eu aprendi:

Que a palavra amor perde o sentido, quando usada sem critério;
Que certas pessoas vão embora de qualquer maneira;
quer você queira ou não;
Que é difícil traçar uma linha entre ser gentil,
não ferir pessoas, e saber lutar pelas coisas que acredita

Eu aprendi:

Que sou mais forte que imaginava, e que posso ir mais longe

depois de pensar que não podia mais;
E que realmente a vida tem valor e eu tenho valor diante da

vida !