Alguma coisa sobre literatura e arte.

O Superorgânico

sábado, 15 de setembro de 2007 em 8:52:00 AM

"Segundo um dito que é quase proverbial, e verdadeiro na medida em que podem ser verdadeiros tais lugares comuns, o escolar moderno sabe mais que Aristóteles;
mas esse fato, soubesse o escolar mil vezes mais que Aristóles, nem por isso o
dota de uma fração do intelecto do grande grego. Socialmente - é o conhecimento,
e não o desenvolvimento maior de um ou outro individuo, que vale, do mesmo modo
que na mesuração da verdadeira força da grandeza da pessoa, o psicologo ou o
geneticista não leva em consideração o estado do esclarecimento geral, o grau
variavel do desenvolvimento ligado á civilização, para fazer suas comparações.
Cem aritóteles perdidos entre nossos ancestrais habitantes das cavernas não
seriam menos Aristóles por direito do nascimento; mas teriam contribuido muito
menos pra o progreso da ciência de que doze esforçadas mediocridades no século
vinte. Um super-Arquimedes na idade do gelo não teria inventado nem armas de
foto nem o telégrafo. Se tivesse nascido no Congo ao invés de uma Saxônia, não
poderia Bach ter composto nem mesmo um fragmento de coral ou sonata, se bem que
possamos confiar igualmente em que ele teria eclipsado os seus compatriotas em
alguma epécie de música. Quanto a saber se existiu algum dia um Bach na África,
é outra questão - á qual não se pode dar uma respota negativa meramente porque
nenhum Bach jamais por lá apareceu, questão que devemos razoalmente admitir não
ter tido resposta, mas em relação á qual o estudioso da civilização, até que se
apresente uma demonstração, não pode dar mais que uma respota e assumir uma só
atitude: supor, não como uma finalidade mas como uma condição de método, que
existiram tais indivíduos; que o gênio e a capacidade ocorrem com frequencia
substancialmente regular, e que todas raças ou grupos bastante grandes de homens
são em média substancialmente iguais e têm as mesmas qualidades. "


Alfred Kroeber, 1949 - Superorgânico, P. 264

Provavelmente mais um apógrifo do Mario Quintana. Porém muito belo.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007 em 12:18:00 AM

Não quero

Não quero alguém que morra de amor por mim...
Só preciso de alguém que viva por mim,
que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,
quero apenas que me ame,
não se importando com que intensidade.

Não tenho a pretensão de que todas
as pessoas que gosto, gostem de mim...
Nem que eu faça a falta que elas me fazem.
O importante pra mim, é saber

que eu,
em algum momento, fui insubstituível...
E que esse momento será inesquecível...
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso
estampado em meu rosto,
mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz
para os que estiverem ao meu redor.

Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...
E poder ter a

absoluta certeza de que esse alguém
também pensa em mim quando fecha os olhos,
que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar
de minhas renúncias e loucuras,
alguém me valoriza pelo que sou,
não pelo que tenho...

Que me veja como um ser humano completo,
que abusa demais dos bons sentimentos
que a vida lhe proporciona,
que de valor ao que realmente importa,
ao meu sentimento... e não brinque com ele.

E que esse alguém me peça para que eu nunca mude,
para que eu nunca cresça,
para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo,
mas se um dia isso acontecer,
quero ter foras suficientes para
mostrar a ele que o amor existe...
Que ele é superior ao ódio e ao rancor,
e que não existe vitória sem humildade e paz.

Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar,
amanhã será outro dia, e se eu não desistir
dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito
e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança
ser abalada por palavras pessimistas...
Que a esperança nunca me pareça um "não"
que a gente teima em maquiá-lo de verde
e entendê-lo como "sim".

Quero poder ter a liberdade de
dizer o que sinto a uma pessoa,
de poder dizer a alguém o quanto ele é
especial e importante pra mim,
sem ter de me preocupar com terceiros ...
Sem correr o risco de ferir uma
ou mais pessoas com esse sentimento

Quero, um dia, poder dizer
as pessoas que nada foi em vão...
Que o amor existe, que vale a pena
se doar as amizades e as pessoas,
que a vida é bela sim,
e que eu sempre dei o melhor de mim
... e que valeu a pena!!!


Mario Quintana :-\ até que se prove o contrário.

Sonho

quinta-feira, 9 de agosto de 2007 em 12:06:00 AM

[magritte2.jpg]

Não sei de quem é. Quem souber avisa!
ah, esqueci.. isso nao é possivel. nao aqui nesse blog.

Amei-te e por te amar...

segunda-feira, 6 de agosto de 2007 em 12:30:00 AM



Amei-te e por te amar
Só a ti eu não via...
Eras o céu e o mar,
Eras a noite e o dia...
Só quando te perdi
É que eu te conheci...

Quando te tinha diante
Do meu olhar submerso
Não eras minha amante...
Eras o Universo...
Agora que te não tenho,
És só do teu tamanho.

Estavas-me longe na alma,
Por isso eu não te via...
Presença em mim tão calma,
Que eu a não sentia.
Só quando meu ser te perdeu
Vi que não eras eu.

Não sei o que eras. Creio
Que o meu modo de olhar,
Meu sentir meu anseio
Meu jeito de pensar...
Eras minha alma, fora
Do Lugar e da Hora..

Hoje eu busco-te e choro
Por te poder achar
Não sequer te memoro
Como te tive a amar...
Nem foste um sonho meu...
Porque te choro eu?

Não sei... Perdi-te, e és hoje
Real no [...] real...
Como a hora que foge,
Foges e tudo é igual
A si-próprio e é tão triste
O que vejo que existe.

Em que és [...] fictício,
Em que tempo parado
Foste o (...) cilício
Que quando em fé fechado
Não sentia e hoje sinto
Que acordo e não me minto...

[...] tuas mãos, contudo,
Sinto nas minhas mãos,
Nosso olhar fixo e mudo
Quantos momentos vãos
Pra além de nós viveu
Nem nosso, teu ou meu...

Quantas vezes sentimos
Alma nosso contacto
Quantas vezes seguimos
Pelo caminho abstrato
Que vai entre alma e alma...
Horas de inquieta calma!

E hoje pergunto em mim
Quem foi que amei, beijei
Com quem perdi o fim
Aos sonhos que sonhei...
Procuro-te e nem vejo
O meu próprio desejo...

Que foi real em nós?
Que houve em nós de sonho?
De que Nós fomos de que voz
O duplo eco risonho
Que unidade tivemos?
O que foi que perdemos?

Nós não sonhamos. Eras
Real e eu era real.
Tuas mãos - tão sinceras...
Meu gesto - tão leal...
Tu e eu lado a lado...
Isto... e isto acabado...

Como houve em nós amor
E deixou de o haver?
Sei que hoje é vaga dor
O que era então prazer...
Mas não sei que passou
Por nós e acordou...

Amamo-nos deveras?
Amamo-nos ainda?
Se penso vejo que eras
A mesma que és... E finda
Tudo o que foi o amor;
Assim quase sem dor.

Sem dor... Um pasmo vago
De ter havido amar...
Quase que me embriago
De mal poder pensar...
O que mudou e onde?
O que é que em nós se esconde?

Talvez sintas como eu
E não saibas senti-o...
Ser é ser nosso véu
Amar é encobri-o,
Hoje que te deixei
É que sei que te amei...

Somos a nossa bruma...
É pra dentro que vemos...
Caem-nos uma a uma
As compreensões que temos
E ficamos no frio
Do Universo vazio...

Que importa? Se o que foi
Entre nós foi amor,
Se por te amar me dói
Já não te amar, e a dor
Tem um íntimo sentido,
Nada será perdido...

E além de nós, no Agora
Que não nos tem por véus
Viveremos a Hora
Virados para Deus
E n'um (...) mudo
Compreenderemos tudo.

Algo mais ou menos: Te amo por me odiar :-\ // Da serie: Textos pop-anonimos da internet..

terça-feira, 3 de julho de 2007 em 12:55:00 AM

Eu te amo. E não seria metade do que sou sem você, juro. É seu ódio profundo que me dá forças para continuar em frente, exatamente da minha maneira. Prometa que nunca vai deixar de me odiar ou não sei se a vida continuaria tendo sentido para mim. Eu vagaria pelas ruas insegura, sem saber o que fiz de tão errado se alguém como você não me odeia, é porque, no mínimo, não estou me expressando direito. Sei que você vive falando de mim por aí sempre que tem oportunidade, e esse tipo de propaganda boca a boca não tem preço. Ainda mais quando é enfática como a sua - todos ficam interessados em conhecer uma pessoa que é assim, tão o oposto de você. E convenhamos: não existe elogio maior do que ser odiado pelos odientos, pelos mais odiosos motivos. Então, ser execrada por você funciona como um desses exames médicos mais graves, em que "negativo" significa o melhor resultado possível. Olha, a minha gratidão não tem limites, pois sei que você poderia muito bem estar fazendo outras coisas em vez de me odiar - cuidando da sua própria vida, dedicando-se mais ao seu trabalho, estudando um pouco. Mas não: você prefere gastar seu precioso tempo me detestando. Não sei nem se sou merecedora de tamanha consideração. Bom, como você deve ter percebido, esta é uma carta de amor. E, já que toda boa carta de amor termina cheia de promessas, eis as minhas: Prometo nunca te decepcionar fazendo algo de que você goste. Ao contrário, estou caprichando para realizar coisas que deverão te deixar ainda mais nervoso comigo. Prometo não mudar, principalmente nos detalhes que você mais detesta. Sem esquecer de sempre tentar descobrir novos jeitos de te deixar irritado.
Prometo jamais te responder à altura quando você for, eventualmente, grosseiro comigo, ao verbalizar tão imenso ódio. Pois sei que isso te faria ficar feliz com uma atitude minha, sendo uma ameaça para o sentimento tão puro que você me dedica. Prometo, por último, que, se algum dia, numa dessas voltas que a vida dá, você deixar de me odiar sem motivo, mesmo assim continuarei te amando. Porque eu não sou daquelas que esquece de quem contribuiu para seu sucesso. Pena que você não esteja me vendo neste momento, inclusive, pois veria o meu sincero sorrisinho agradecido - e me odiaria ainda mais.

Sem titulo, então: "É assim que te quero, amor..."

em 12:51:00 AM

É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.

Pablo Neruda - Sem titulo

Tinha que me identificar com essa musica tão legal?

segunda-feira, 18 de junho de 2007 em 3:07:00 AM



Quicksand
Travis
12 memories




Take me away, take me away
You said that you were gonna stay
But you're always lying anyway
You're gonna suffer if you don't start breathing now
Now that I need you
You're going away

Everyday sinking into quicksand
Follow me down the drain

But it doesn't matter anyway
You're gonna get yours any day
And while you put the blame on me
If you could only see yourself as others see
Now that I need you
You're going insane

Everyday sinking into quicksand
Follow me down the drain
Everyday drinking in the same bar
Drowning my sorrows away

Take me away, take me today
Or I'm never gonna get away
But it makes no difference to me
It's just the sound of one more rock star bleeding out
Now that I need you
You're out of the frame

Day by day, sinking into quicksand
Follow me down the drain
Everyday drinking in the same bar
Made mine the same again




TRADUÇÃO
Areia movediça



Leve me embora, leve me embora
Você disse que ia ficar
Mas você estava sempre mentindo mesmo
Você vai sofrer se você não começar a respirar agora
E agora que eu preciso de você
Você está indo embora

Todo dia afundando no areia movediça
Siga me dreno abaixo

Mas não importa mesmo
Você vai ter o seu algum dia
E enquanto você poe a culpa em mim
Se você pudesse se ver como os outros vêem
Agora que eu preciso de você
Você enlouquece

Todo dia afundando no areia movediça
Siga me dreno abaixo
Todo dia bebendo no mesmo bar
Afundando minhas magoas

Leve me embora, leve me hoje
Ou eu nunca vou escapar
Mas não faz diferença pra mim
É só o som de um sangramento de mais uma estrela do rock
Agora que eu preciso de você
Você está sem estrutura

Dia após dia afundando no areia movediça
Siga me dreno abaixo
Todo dia bebendo no mesmo bar
Feito meu o mesmo denovo